A importância do contexto sociofamiliar dentro da investigação do crime de parricídio

Autores

  • John Lenon Lopes Uninter

DOI:

https://doi.org/10.22169/cadjud.v7n2.3509

Resumo

Este artigo tem por finalidade discorrer sobre a análise do crime de parricídio a partir de todo um contexto sócio-histórico familiar, que compreende agressões físicas ou psicológicas por parte dos pais, filhos que agem em legítima defesa, bem como o cometimento do crime visando meramente benefícios econômicos e financeiros. A relação entre a investigação e o julgamento pode tornar-se equivocada e, uma vez não respeitada a análise do lapso temporal antecedente ao parricídio, pode haver confusão e um desfecho do caso diferente do que realmente deveria ocorrer. Dessa forma, destaca-se a importância de analisar o contexto de forma ampla e completa para evitar uma condenação injusta à pessoa que cometeu o crime. Um estudo aprofundado sobre o histórico do parricida, diante do seio familiar e do convívio social, é essencial, visto que poderá influenciar, objetiva e subjetivamente, em seu julgamento jurídico e social.

Palavras-chave: agressões; histórico; julgamento; parricídio; psicológicas.

Abstract

This work aims to analyze the crime of parricide regarding the historical familiar context, which includes physical or psychological aggression by parents towards their children, children who attempt against their parents in order to protect themselves or children who murder their parents for merely economic and financial benefit. The relationship between investigation and judgment can become equivocal, and if what led to the crime of parricide is not analyzed regarding the time-lapse preceding it, there can be confusion and an outcome different from what should occur. Considering this, analyzing the historical context in the conviction of parricide is essential to avoid generating an unfair conviction for the person who committed the crime. Thus, the in-depth study of the parricide’s familiar and social life is very important, since it may objectively and subjectively influence his juridical and social judgment.

Keywords: aggressions; historic; judgment; parricide; psychological.

Resumen

Este artículo tiene por objeto discurrir sobre el análisis del crimen de parricidio a partir de todo un contexto sociohistórico familiar, que comprende agresiones físicas o psicológicas por parte de los padres, hijos que actúan en defensa propia, así como el acto del crimen con el objetivo de obtener beneficios económicos y financieros. La relación entre la investigación y el juicio puede volverse errónea y, una vez no respetada la evaluación del lapso temporal anterior al parricidio, puede haber confusión y un cierre del caso diferente de lo que realmente debería ocurrir. De esa forma, se destaca la importancia de analizar el contexto de manera amplia y completa para evitar una condena injusta a la persona que cometió el crimen. Un estudio profundo sobre la historia del parricida, ante el seno familiar y la convivencia social, es esencial, ya que podrá influir, objetiva y subjetivamente, en su juicio jurídico y social.

Palabras clave: agresiones; histórico; juicio; parricidio; psicológicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BADARÓ, G. H. R. I. Processo Penal. Rio de Janeiro: Campus, 2012.

CAPEZ, F. Curso de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2012.

CAPEZ, F. Curso de Direito Penal – Parte Geral. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

CASOY, I. O quinto mandamento. São Paulo: Ediouro, 2006.

CHAGAS, A. F. A preservação do local de crime e sua importância para as investigações criminais. Acta de Ciências e Saúde, 2016. Disponível em: https://www2.ls.edu.br/actacs/index.php/acta/article/view/126. Acesso em: 30 jan. 2025.

FENOLL, J. N. Fundamentos de Derecho Procesal Penal. Madrid: Edisofer, 2012.

FLORES, M. M. Prova testemunhal e falsas memórias: entrevista cognitiva como meio (eficaz) para redução de danos. Revista IOB de Direito Penal e Processual Penal. São Paulo, v. 11, n. 61, p. 65-76, 2010. Disponível em: https://bdjur.stj.jus.br/items/82608ea5-167e-4390-8794-4ae6ad7b2af4. Acesso em: 30 jan. 2025.

FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

GOMIDE, P. I. C. et al. Incidência de parricídio no Brasil. Temas em Psicologia, Ribeirão Preto, v. 21, p. 283-295, 2013. DOI: https://doi.org/10.9788/TP2013.1-20. Disponível em: https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-389X2013000100020. Acesso em: 29 jan. 2025.

HUNGRIA, N. Comentários ao Código Penal. 5. ed. São Paulo: Forense, 2018.

JORGE, M. H. P. Filhos que matam pais: análise jurídico penal do parricídio à luz da psicologia forense. Dissertação (Mestrado em Psicologia) — Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2017. Disponível em: https://tede.utp.br/jspui/handle/tede/1745. Acesso em: 29 jan. 2025.

JORGE, M. H. P.; GOMIDE, P. I. C. Filhos que matam pais: Análise Jurídico-Penal do Parricídio à Luz da Psicologia Forense. Curitiba: Juruá, 2017.

JUNQUEIRA, M. C.; MORAES, A. C. O mito da verdade real. Jornal Eletrônico, v. 8, 2016. Disponível em: https://www.jornaleletronicofivj.com.br/jefvj/article/view/443. Acesso em: 30 jan. 2025.

LOTTI, L. M. Os crimes de parricídio e matricídio: análise das decisões do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Monografia (Graduação em Direito) — Universidade do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/91075. Acesso em: 30 jan. 2025.

MENNA, F. V. Elementos do Direito. 6. ed. São Paulo: Arx Siciliano, 2007.

MIRABETE, J. F. Manual de Direito Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

NUCCI, G. S. Curso de Direito Penal: parte especial: Arts. 121 a 212 do Código Penal.

Rio de Janeiro: Forense, 2019.

PAULO, R.; ALBUQUERQUE, P. B., BULL, R. A Entrevista Cognitiva Melhorada: Pressupostos teóricos, investigação e aplicação. Revista Psicologia, v. 28, n. 2, 2014. DOI: https://doi.org/10.17575/rpsicol.v28i2.639. Disponível em: https://revista.appsicologia.org/index.php/rpsicologia/article/view/639. Acesso em: 29 jan. 2025.

PRADO, T. Freud, Foucault e as análises históricas do parricídio: as formas simbólicas e a poesia nos arquivos. Eutomia, n. 12, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/EUTOMIA/article/view/310. Acesso em: 25 jan. 2025.

PRADO, L. R. Curso de Direito Penal Brasileiro. 13. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

SCHMITT, R. A. Sentença Penal Condenatória – Teoria e Prática. 8. ed. Salvador: Juspodivm, 2013.

SILVA, A. B. B. Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado. Rio de Janeiro: Fontanar, 2009.

SOUZA, A. F.; SOUZA, R. O.; MENUZZI, J. M. Falsas memórias e a prova testemunhal no processo penal. In: SEMINÁRIO JURÍDICO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 17., 2016, Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul. Resumos [...]. Frederico Westphalen: Direito Eleitoral em Debate, 2016.

TJMG – Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Processo 1.0319.11.002867-1/005. Relator: Des. Jaubert Carneiro Jaques. TMJ.Jus, 28 nov. 2014. Disponível em: https://www8.tjmg.jus.br/themis/baixaDocumento.do?tipo=1&numeroVerificador=1000024408886000120246817601. Acesso em: 29 jan. 2025.

TJMG - Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Processo 1031911002867100. Relator: Jaubert Carneiro Jaques. TMJ.Jus, 24 maio 2013. Disponível em: https://www5.tjmg.jus.br/jurisprudencia/formEspelhoAcordao.do. Acesso em: 29 jan. 2025.

VALDEZ, D. “Inocentes expostos”: o abandono de crianças na província de Goiás no século XIX. Revista Inter Ação, Goiânia, v. 29, p. 107-129, 2007. DOI: https://doi.org/10.5216/ia.v29i1.1334. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/interacao/article/view/1334. Acesso em: 29 jan. 2025.

VENZON, A. Excessos na legítima defesa. Porto Alegre: Fabris, 1989.

Downloads

Publicado

2025-09-04