USO DE PLANTAS MEDICINAIS NA MEDICINA POPULAR: BENEFÍCIOS E DESAFIOS
DOI:
https://doi.org/10.22169/cadernointer.v14n52.3588Resumo
Este trabalho analisa os benefícios e desafios do uso de plantas medicinais na medicina popular brasileira, considerando sua relevância cultural, terapêutica e social. Tal problemática consiste em compreender de que forma os saberes tradicionais podem ser valorizados e incorporados, de maneira segura e eficaz, ao sistema público de saúde. Essa questão se faz necessária diante da persistência do uso popular das plantas em diversas comunidades e da necessidade de reconhecimento institucional dessas práticas. O objetivo central deste estudo é investigar o papel das plantas medicinais no cuidado à saúde popular, relacionando esse uso com as políticas públicas existentes, como a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF). Para isso, foram empregados os procedimentos de uma pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativa e caráter exploratório, fundamentada na análise de artigos científicos, documentos oficiais e literatura acadêmica. A partir da revisão do estado da arte, a pesquisa evidenciou que há uma forte convergência entre o uso tradicional e os achados científicos, mas que ainda persistem barreiras institucionais, como o preconceito em relação ao saber popular, a carência de profissionais capacitados e os riscos do uso indiscriminado. Conclui-se que o fortalecimento da educação em saúde, da formação profissional e da validação científica são caminhos fundamentais para ampliar o acesso seguro à fitoterapia e promover um modelo de saúde mais inclusivo e culturalmente sensível.
Palavras-chave: plantas medicinais; medicina popular; fitoterapia; políticas públicas; saúde coletiva.
Abstract
This study analyzes the benefits and challenges of using medicinal plants in Brazilian folk medicine, considering their cultural, therapeutic, and social relevance. The central issue lies in understanding how traditional knowledge can be effectively and safely integrated into the public health system while being properly valued. This discussion is necessary given the continued popular use of medicinal plants in various communities and the need for institutional recognition of these practices. The main objective of this study is to investigate the role of medicinal plants in popular healthcare, relating this use to existing public policies, such as the National Policy on Integrative and Complementary Practices (PNPIC) and the National Policy on Medicinal Plants and Herbal Medicines (PNPMF). To this end, bibliographic research procedures were employed, with a qualitative and exploratory approach, based on the analysis of scientific articles, official documents, and academic literature. The literature review revealed a strong convergence between traditional use and scientific findings, but institutional barriers still persist, such as prejudice against popular knowledge, lack of trained professionals, and risks associated with indiscriminate use. It is concluded that strengthening health education, professional training, and scientific validation are fundamental paths to expanding safe access to phytotherapy and promoting a more inclusive and culturally sensitive healthcare model.
Keywords: medicinal plants; folk medicine; phytotherapy; public policies; collective health.
Resumen
Este trabajo analiza los beneficios y desafíos del uso de plantas medicinales en la medicina popular brasileña, considerando su relevancia cultural, terapéutica y social. La problemática consiste en comprender de qué manera los saberes tradicionales pueden ser valorados e incorporados, de forma segura y eficaz, al sistema público de salud. Esta cuestión se vuelve necesaria ante la persistencia del uso popular de las plantas en diversas comunidades y la necesidad de reconocimiento institucional de estas prácticas. El objetivo central de este estudio es investigar el papel de las plantas medicinales en el cuidado de la salud popular, relacionando dicho uso con las políticas públicas existentes, como la Política Nacional de Prácticas Integrativas y Complementarias (PNPIC) y la Política Nacional de Plantas Medicinales y Fitoterápicos (PNPMF). Para ello, se emplearon procedimientos de investigación bibliográfica, con un enfoque cualitativo y carácter exploratorio, fundamentados en el análisis de artículos científicos, documentos oficiales y literatura académica. A partir de la revisión del estado del arte, la investigación evidenció una fuerte convergencia entre el uso tradicional y los hallazgos científicos, aunque aún persisten barreras institucionales, como el prejuicio hacia el saber popular, la falta de profesionales capacitados y los riesgos del uso indiscriminado. Se concluye que el fortalecimiento de la educación en salud, la formación profesional y la validación científica son caminos fundamentales para ampliar el acceso seguro a la fitoterapia y promover un modelo de salud más inclusivo y culturalmente sensible.
Palabras clave: plantas medicinales; medicina popular; fitoterapia; políticas públicas; salud colectiva.
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